Gaudério Cyro Gavião
Marca e sinal do Itaqui
Cada vez que encolho o braço
Sempre me lembro de ti
Meu velho irmão de fronteira
Que, passando, pisa e vai
Uma tropa de cantiga
Pro peão de estância cantar
Teu laço de couro cru
Sovado à custa de pealo
Segue atadito nos tentos
Quando se monta a cavalo
A carreta que cantava
Com tanta sabedoria
Segue a mesma trajetória
Na soma do dia-a-dia
Nos entreveros de trago
Velho Cyro macanudo
Te vejo golpeando um gole
Quase com garrafa e tudo
Quando um pealo de cucharra
Quase infla o peito no chão
Lembro do pealo fatal
Que levou Cyro Gavião
Se o patrão te desse folga
Pra visitar Itaqui
Trancava o pé na macega
E não saias daqui
Pra vim ver-te novamente
Com noites, trago e violão
E sufocar num abraço
A tua Guiles, Gavião...