(Zé Moraes)
No lugar aonde eu moro só quera bão se criou
Um deles guapo na lida o destino falquejou
Falo do nego Pedrão que é o rei dos “domado”
Nunca se apartou do lombo, nem o chão ele beijou
Quando educa um caborteiro ele diz pros companheiro
Ói o que um nego lidadô
Numa lida de mangueira ele nunca se apurou
Na estância do meu pai certa feita ele chegou
Buscar um potro pra domar na mangueira ele fechou
Ficou pro lado de fora abra o portão já gritou
O pótro saiu que é um facho e o pedrão pealou no laço
Viram o que da um nego lidadô
Foi num dia de rodeio pra laçar se preparou
Um sombrero desabado lenço no pescoço atou
De bombacha, bota, espora, no seu cavalo montou
Pediu a solta do brete e seu laço levantou
Jogou em frente à comisão e gritou para o povão
Viram o que da um nego lidadô
Foi trabalhar lá pro norte muito tempo lá ficou
Teve até um pouco de sorte uma prenda ele arrumou
Mais quando veio se embora a prenda por lá ficou
Dli um ano ela escreveu, te esperando ainda estou
Pulava e dava risada e dizia viram piazada
O que da um nego lidadô
Vivente forte e destemido.
Animal manhoso e infiel, velhaco.
Grande curral.
Grande estabelecimento rural (latifúndio) com uma área de 4.356 hectares (50 quadras de sesmaria ou uma légua) até 13.068 hectares (150 quadras de sesmaria ou três léguas), dividida em Fazendas e estas em invernadas.
Cavalo novo que ainda não levou lombilho.
Reunião para cuido, que se faz do gado.
Passagem estreita.
Apero (acessório) trançado de couro cru, composto de argola, ilhapa, corpo e presilha.
Jóia, relíquia, presente (dádiva) de valor; em sentido figurado, é a moça gaúcha porque ela é jóia do gaúcho.