(Zé Moraes)
É tarde o sol já está baixando
Anunciando o final de mais um dia
O meu radinho aqui pro lado de fora
Anunciou seis horas já vem a ave Maria
Faço um mate encosto o banco na parede,
Matando a sede vou apreciando os passarinhos
Minha nega pare o que está fazendo
Venha correndo eu na quero matear sozinho
Puxe o cepo e tome um mate minha nega
Te aconchega e deixa tudo pra depois
O por do sol que este recanto oferece
Até parece que foi feito pra nós dois
Ali mesmo no chão atiro o chapéu
Olho pro céu e dobro o joelho pra Deus
O recanto que eu vivo não tem preço
E agradeço por tudo que ele me deu
Minha Nega olhe a copa do pinheiro
É um luzeiro mesclado com lusco fusco
No pé do cedro o gado já ta chegando
E vem bufando desconfiado com o cusco
O sol se Poe e leva junto o clarão
A escuridão muda o cenário no local
Um grilo cantor rompe o silêncio em gritaria
Faz sincronia aos vaga lumes no perau
Grita assustada uma coruja no capão
Lá no galpão da janela o pingo sai
Corre uma estrela fazendo risco no céu
Vira um fogaréu e ali parece que cai
A noite é calma e o momento é tão lindo
Estou ouvindo o barulho da cachoeira
O vento que esfriou a água do mate
Ta assobiando lá na folha da palmeira
Minha nega neste rancho de alegria
A cada dia eu me sinto renovado
Puxo a porta e deixo o mundo lá fora
Descanso agora meu recanto abençoado
Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.
Pequena tora (preparada ou não), que serve de banco nos galpões-de-fogo.
Tipo de edificação que com o rancho forma um conjunto habitacional no RGS; numa Estância ou numa Fazenda, abriga o alojamento da peonada solteira, os depósitos de rações, almoxarifados, apetrechos, aperos, galpão-do-fogo, etc.
Afetivo de cavalo de estimação.
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.