Autores: Leonir Roati de Moraes e Claudir Gomes
No lombo xucro da sorte eu saí quando menino
No corredor da esperança, cortei os campos sulinos
Queria mudar de vida, cansei de ser campesino
Fui gineteando a saudade e embretei na cidade pealado pelo destino
Quem parte leva a saudade, só fica rastro na estrada
Deixei o galpão da estância, minha primeira morada
Sonhando em um dia ter tudo, me fui em busca do nada
Lá no povo eu descobri o quanto é grande a distância
Do brete do apartamento ao galpão grande da estância
Não ouço berro do gado conforme ouvia na infância
Não tem prazer, não trem mate, é um verdadeiro combate na escravidão da ganância
Quem parte leva a saudade, só fica rastro na estrada
Deixei o galpão da estância, minha primeira morada
No campo eu era liberto, hoje eu vivo embretado
Mas vou retornar pra estância, desta vida estou cansando
Quero matear com meu povo e ouvir o berro do gado
Pra matar minha saudade, vou curtir a liberdade no lombo do meu tostado
Quem parte leva a saudade, só fica rastro na estrada
Deixei o galpão da estância, minha primeira morada