Cresci no campo e comprova na minha estampa
Moro na grota num rancho a beira da sanga
Perto do mato e como frutas silvestres
Aritchicum, guabiroba e pitanga
Cruz de lorena pendurada sobre o peito
Pra impor o respeito e me livrar dos males e assombros
Chapéu bem grande, bombacha larga e o lenço
Bota e guaiaca e um pala sobre os ombros
Quando eu acordo no meu ninho de pelego
Fico escutando ao longe o berro do gado
O quero-quero o guardião das madrugadas
Com seus filhotes se escondendo no gramado
Saio a procura de uma galinha matreira
To procurando e me ferroa um camoatim
Encontro ela se levantando do ninho
E vem um lagarto se arrastando no capim
A saracura está adivinhando chuva
E um pica-pau entronado na tronqueira
Sento na sombra pra tomar meu chimarrão
Um leitão guacho vem me e me virar a chaleira
Isso acontece pra mim que vivo no campo
Escrevo e canto esses versos galponeiros
Graças a deus sigo de pé no estribo
Adoro e vivo esta vida de campeiro
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Calça-larga abotoada na canela do gaúcho
Cinturão de gaúcho, com algibeiras.
Poncho leve de seda (para o verão), de algodão (para meia-estação) e de lã tramada ou bixará (para o inverno).
Pássaro de peito amarelo que faz ninho em nichos em pau furado com seu bico; também, é a alcunha dada aos imperialistas moderados, que usavam o lenço amarelo parecendo-se com tal pássaro, devido ao peito amarelado pelo lenço.
Animal órfão e criado sem mãe.
Vivente que monta bem e é hábil no serviço de campo.