O toque campeiro de um velho gaiteiro
Espalhou com o vento deixando lembranças lindas
O povo ainda revive a história
E traz na memória o som que jamais se finda
O correr do tempo deixou por exemplo
O ensinamento para alguém seguir seus passos
Do velho compasso de uma vaneira
Da gaita campeira que aos poucos perdeu seus braços
(Num canto guardada sua gaita calada
Entra madrugada e um sonho vem lhe buscar
Pra um tempo lindo do povo sorrindo
E a gaita se abrindo em seu templo a tocar)
O tempo sem pena branqueou a melena
Tirando a força do mais gauchesco abraço
A idade avançada trouxe passos lentos
E seus movimentos não tem mais o mesmo compasso
Por isso agradece se alguém aparece
Que seja gaiteiro e abrace a eterna parceira
Pelas mãos do amigo acalma a saudade
E a mocidade rebrota na alma gaiteira
(Num canto guardada sua gaita calada
Entra madrugada e um sonho vem lhe buscar
Pra um tempo lindo do povo sorrindo
E a gaita se abrindo em seu templo a tocar)
O choro do fole no ronco de um gole
Do mate gaúcho lhe desce queimando o peito
A mente revive toadas antigas
E a voz das antigas não vibra do mesmo jeito
Mas vê seu legado ser perpetuado
Por mãos pequeninas que ainda rabiscam cadernos
E sabe que a vida renasce no herdeiro
E gaita e gaiteiro é o dom de um abraço eterno
(Num canto guardada sua gaita calada
Entra madrugada e um sonho vem lhe buscar
Pra um tempo lindo do povo sorrindo
E a gaita se abrindo em seu templo a tocar)