(Darcy Silva/Valdomiro Mello)
quanta saudade sinto dentro do meu peito
que os longos anos acumulam, sem piedade
a flor dos anos branqueando os meus cabelos
deixando longe, muito longe a mocidade
querido pai, velho tropeiro dos pampas
que me ensinou a seguir seus ideais
eu continuo nesta vida, tropeando
desde quando deste adeus pra nunca mais
eira, boi, eira, boiada
meu canto é um eco, ressoando pela estrada
eu prometi continuar a tua lida
infelizmente, aqueles tempos mudaram
nossa carreta o motor parou no tempo
as tropeadas, assim, também se acabaram
sei que tua alma vai chorar junto com a minha
ouvindo a história destes versos que eu conto
nosso cavalo virou num carro moderno
e a boiada, estes versos que eu reponto
eira, boi, eira, boiada
meu canto é um eco, ressoando pela estrada
nossa fazenda hoje é uma gravadora
nosso galpão é um estúdio bem montado
aonde eu choro cada vez que eu gravo um verso
pressinto sempre ouvir o berro do gado
esta letra eu escrevi quase chorando
pra quando alguém escutar numa toada
os lamentos do tropeiro que hoje existe
cantando, triste, sem cavalo e sem boiada
eira, boi, eira, boiada
meu canto é um eco, ressoando pela estrada