(Rômulo Chaves/Jean Kirchoff)
Remindo as penas, herança lorena nos braços em cruz
E, pelo Rio Grande, o Cristo se expande na força da fé
Povo guarani, filhos de Tupanci buscando sua luz
Liberdade é bandeira, gente missioneira, irmãos de Sepé
O semblante a olhar no caminho do altar onde surgem imagens
Aquieta seus medos num terço entre os dedos que o padre benzeu
Uma arquitetura invade as planuras, mudando a paisagem
Por catequizadas, sete preces enviadas a um mesmo Deus
Eu trago na alma, por ser missioneiro
Um canto sincero de amor pela pampa
A história mais viva de meus ancestrais
Não morre jamais nesta minha garganta
Eu trago na alma, por ser missioneiro
A história na estampa
Pastoreio de gado, um solo plantado, mudou-se a cultura
O badalo de um sino, o canto de um hino, oração e louvor
Um alfabeto e um novo dialeto alcançam lonjuras
A raça lendária segue a ordem missionária do colonizador
Esta terra tem dono, com garbo e entono gritou-se, então
E o vento do norte soprou sua sorte àqueles guerreiros
Que habitam luzeiros em grande cruzeiro no céu do rincão
E esta terra, índia nua, pariu sob a lua os seus missioneiros
Eu trago na alma, por ser missioneiro...