(Mauro Moraes)
Um sul de verdade campeia em meus olhos
De bota e bombacha, montado a capricho
De alma amansada, curtida da lida
Com a doma da encilha na ponta dos cascos
Um sul de verdade galopa comigo
Sujeitando o pingo nas cambas do freio
Sovando os arreios nas léguas do pago
Reunindo o gado num pelado de rodeio
Que tal um abraço, compadre de mate
Permita um aparte, sem muito floreio
Tirando os terneiro, as vaca de leite
O resto a gente rebanha pra o lado
Sentado nas dobras do basto
Pensativo, com a hora por fazer
Me agrada uma sombra de mato
Um cusco atirado e um violão pra escrever
É o rio grande, gauchada amiga
De bota e bombacha, tapeando o sombreiro
Dobrando os pelego, tapado de terra
É um quebra-costela de atorar ao meio
É o sul mais campeiro que temos na vida
É a nossa porfia de prosear no galpão