Tomei a estampa deste pingo meu parceiro
Meu companheiro pra os dias de campereada
O seu relincho do galpão é um clarim
Que acorda em mim uma ânsia nas madrugadas
Ainda escuro se bandiêmo os dois pra lida
Essa é a minha vida no meu mundo de campeiro
Vai meu crioulo se monarquiando pra eguada
De cola atada bem do jeito missioneiro.
Quando é domingo tem carreira no povoado
Chega de lado relinchando em escarcéu
Ó meu crioulo minha herança de gaúcho
Pingo de luxo pra quem eu tiro o chapéu.
Ainda potro amanunciei este crioulo
Pingo de estouro meu trono de galhardia
Fui lhe ensinando os segredos do serviço
E o compromisso que honro todos os dias
A franja bate bem na ponta do focinho
É um passarinho no rastro dum refugo
Cuiudo tatuado que até tem um freio de ouro
Rosilho mouro que apelidei de bailongo.