Quando me chego nas festa de luxo
Aguento o repuxo e canto na primeira
Quanto mais canto mais rima me brota
Em cima da nota no fio da vanera
Cantor que tropica na rima me estorva
Eu dou-lhe uma sova quebro o curintcho
Faço cuiudo correr da manada
E reina a eguada se eu der um relincho.
Todo bagual que comigo compete
Eu meto no brete e um dia sem pasto
Tiro a teima do mais revoltoso
E levo pro pouso a china do meu gosto
Por todo Rio Grande meu verso circula
Eu só corto a medula em macho do garrão
Em cima do couro desmancho uma rês
E acabo de vez com esse fanfarrão.
O manejo da gaita no peito castigo
E baile que eu animo a noite é de gala
Na pista de dança a cordeona soluça
E a china escramuça no miolo da sala
Cantor que tropica no verso me estrova
Eu dou-lhe uma sova quebro o curincho
Faço cuiudo correr da manada
E reina a eguada se eu der um relincho.