Xirú Missioneiro
Vou da-lhe boca nesta minha botoneira
Chamamé e vaneira de esfolar qualquer sapato
É meio-dia e as mutuca tão chegando
E tão picando e vai saltar os boi do mato
Vou dando tampa nesta minha gaita louca
Chamo de louca porque entende do assunto
Nesse balanço que é o tcham da moda véia
Que uma plateia não se aguenta e baila junto
Desse jeito pica-pau salta do oco
De pouco a pouco a polvoadeira se levanta
E um redemoinho de lá do meio faz tornado
Encafifado dum olhar de uma percanta
Quem tá de fora dá le grito e sapateia
Não tem peleia todo mundo se distrai
Só se alvorota o pessoal que tá na sala
Salva de Lála e um grito de Sapucay
Chamamé e vaneira é o que comanda a farra
Gaita e guitarra dá cadência na festança
Noites de gala cá no meu chão missioneiro
Que um chamameseiro não froxa o cabo da dança
Pois dá a impressão que o mundo véio vem abaixo
Gritos de macho churumingo de chinoca
Num chamamé um paysano puxa a ponta
E a negra Zonta grita viva a Bossoroca
Desse jeito pica-pau salta do oco
De pouco a pouco a polvoadeira se levanta
E um redemoinho de lá do meio faz tornado
Encafifado num olhar de uma percanta
Quem tá de fora dá le grito e sapateia
Não tem peleia todo mundo se distrai
Só se alvorota o pessoal que tá na sala
Salva de Lála e um grito de Sapucay
Contribuição: Nelson de Campos
Vivente amigo e companheiro; é um vocábulo síntese da palavra CHE (amigo) e da palavra IRÚ (companheiro).
Pássaro de peito amarelo que faz ninho em nichos em pau furado com seu bico; também, é a alcunha dada aos imperialistas moderados, que usavam o lenço amarelo parecendo-se com tal pássaro, devido ao peito amarelado pelo lenço.
Contenda, disputa, combate, luta, batalha.