Venho de cima da serra
Sou serrano, sim senhor
Sou um tigre peleador
Guardião dessa fronteira
Sou abridor da porteira
Pra aqueles que vêm em paz
Sou posteiro e capataz
Da invernada brasileira
Se a minha bombacha é estreita
Não é por falta de pano
Pois a lida de vaqueano
Me proíbe o exagero
De diferente é o apero
E a bota é a sanfonada
Eu herdei das carreteadas
E dos birivas tropeiros
Meu orgulho em ser serrano
Pisador de geada fria
Domador de ventania
Parapeito pro Minuano
Sou gaiteiro veterano
Sapecador de pinhão
No mundo que é meu galpão
Sou monarca soberano
Trago retrechos na alma
De cordeonas fandangueiras
De guitarras choradeiras
Herdadas do velho mundo
Acordes do Pedro Raimundo
Clarinando a madrugada
Assobiando pela estrada
Na volta de algum surungo
Pra demarcar a divisa
Plantei a velha bandeira
Levantei essa trincheira
Pra rebater o invasor
Sou eterno bombeador
Da pampa continentina
Tive essa graça divina
Sou Serrano, Sim Senhor!
Eu venho de cima da serra
E nos rodeio sou laçador
Me agrada a ir fandango dos serranos
Pra ver gaiteiro tocador
Gosto do canto da caru-cacas
Tomar camargo bem cedo
Por isso é que eu repito sem medo
Sou serrano, Sim Senhor
Espaço seccionado numa cerca.
Vivente zelador de uma invernada e que reside nela.
Segunda autoridade de um estabelecimento rural (Estância, Fazenda ou Grânja), de uma Tropa ou de uma Charqueada.
Subdivisão de uma Fazenda; designa também, departamento de um CTG (Entidade Tradicionalista).
Calça-larga abotoada na canela do gaúcho
Prático e conhecedor do lugar.
Calçado com cano (curto, médio ou longo), feito de couro.
Baile de baixa categoria.
Descampados cobertos de vegetação rasteira onde a vista se estende ao longe; compreende desde a Província da Pampa Austral, ao sul de Buenos Aires (Argentina) até os limites do RGS com o Estado de Stª Catarina (Brasil).