Dos contratempos do mundo pouca coisa se emociona
Mas quando escuto a cordeona meu xucrismo corcoveia
Finco um sorriso na cara chacoalhando o esqueleto
E saio que nem graveto rodando na sanga cheia.
Pouco me importa a despesa quando a farra me aprumo
De acordo com o meu consumo meu gasto eu que costeio
Não sou de farrear em bando, eu nunca tive esta mania
Pois não faço cortesia usando chapéu do alheio.
Mas eu sou louco por fandango ninguém vai mudar meu gosto
To resolvido e disposto a fandanguear a vida inteira
Acho que foi num fandango que fui parido a gaitaço
E dei meus primeiros passos no tranco de uma vanera
Já dei muito bote errado e até levei uns coice
De china língua de foice com carranca de enterro
Mas amanheço bailando se num namoro me engancho
Por que regresso por rancho só quando o sol desce o cerro.
Pra quem é firme no tranco mulherada sempre chove
Duvido que alguém me prove que exista coisa mais linda
Enquanto existir fandango ninguém me pega solito
Sigo mexendo os cambitos taureando a noite que finda.
Pequeno córrego, bossoroca.
Denominação genérica do Baile Gaúcho.
Andadura lenta dos eguariços.
Tem dois sentidos: Patada violenta de um animal; ou, a 1ª junta de bois cangados.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Só e isolado.