Logo mais tem surungo campeiro
Bem a moda antiga pra chacoalha o coro
Eu me aprumo num trago de canha
"Taureando" a vergonha pra campear namoro
Ajoujado no som da cordeona
Chuleando uma china vou me entreverar
Me palpita que hoje me esparramo
Da primeira marca até o dia clarear
Lá de fora vem gente a cavalo
De a pé, de carroça com sede de festa
Quem não dança escora a parede
Batendo o garrão só bombeando na fresta
O gaiteiro é de cima da Serra
Só isto já basta pra saber que é bom
"Arrodiando" pra tudo que é lado
Quero amanhecer desmanchando batom
Sou da lida braba de terra e bataço
Mas pra namorar só preciso vaneira
Entre uma e outra bebo uma gelada
E me atraco de novo a campear quem me queira
Já faz tempo que venho tentiando
Romance gaúcho pra me acomodar
Caprichando na prosa e no tranco
Que eu corro o risco de me enrabichar
Desgarrada das bem dançadeiras
Se canto e achego no bico se apruma
Sou teimoso bebo algum trago
Mas não amanheço beijando manjuma
Vou juntar a primeira que passa
E qualquer compasso que vier hoje danço
Não mandei reforçar minha sola
Pra ficar nos cantos com cara de tanso
Muito embora em buchincho cuiudo
Não seja costume engolir desaforo
Neste baile não quero peleia
Só to preparado pra campear namoro
Sou da lida braba de terra e bataço
Mas pra namorar só preciso vaneira
Entre uma e outra bebo uma gelada
E me atraco de novo a campear quem me queira.
Baile de baixa categoria.
Procurar ou buscar no campo.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.
Amparo, encosto, auxílio, proteção