No levantar da poeira, a cordeona corcoveando
Solto a voz e vou cantando peito velho escancarado
Revigorando o passado, sem garruchas e trincheiras
Empunhando a bandeira do meu Rio Grande adorado
Sou chimango e maragato
Gaúcho bem macanudo
Animador de fandango
Pelo-duro e bombachudo
Cravado que nem palanque enraízo e broto de novo
Sou que nem gema de ovo no miolo deste rincão
Sou fértil como este chão, que do nada cresce o pasto
Vou me agarrando e me alastro, e me transformo em tradição
Eu sou o próprio Rio Grande, alicerce da nação
Sou esteio sou moirão que sustenta o alambrado
Sou gaudério apaixonado e motivos tenho de sobra
Minha paixão se redobra ao cantar o meu estado
Ave rapinídea; alcunha dada em 1915, aos Borgistas (usuários do lenço branco com nó comum).
Esteio grosso e forte, onde se amarram animais.
Estafeta que leva algo a outrem.
Palanque de cerca; palavra de origem tupy-guarany, que significa: madeira.
Vivente aventureiro que chegou na Pampa, vindo do Brasil-central; não tinha profissão definida, nem morada certa e não se amarrava ao coração de uma só mulher