Sempre que a noite pampeana desaba no poncho negro
Um violão se faz parceiro milonguenado os aconchegos
Abro as cancelas do peito rondando a paz do varzedo
E a lua baia cebruna vem me contar seus segredos.
São flores caídas dormidas na espera
De uma primavera que vai revivê-la
São noites charruas, Deus e anseios
De alguns milongueios da luz das estrelas
A noite contraponteia e este pingo tão amigo
Desperta e larga os cantares, segredos que andam comigo
A lua clara nos campos tentando ouvir se acostuma
E ela me traz seus amores, mas minha prenda é só uma.
Minha guitarra campeira campeia notas comigo
Versejando a prenda linda que até em sonhos bendigo
Meu sombreiro de asas negras não sabe falar de amor
Mas toda prenda é uma estrela e cada estrela uma flor.
Pilcha, espécie de capa sem abertura e de gola redonda que abriga do frio.
Afetivo de cavalo de estimação.
Jóia, relíquia, presente (dádiva) de valor; em sentido figurado, é a moça gaúcha porque ela é jóia do gaúcho.