"Tô preocupado, são muitos dias chovendo,
Quando me lembro que o setembro se entropilha
Tenho alguns potros que eu prometi de entregar
Pra desfilar na semana farroupilha."
Mas que friagem destas de ringir o pescoço
É mês de agosto, que rigor descontolado
Uma garoa atropelada de minuano
Dos castelhanos, vem nuvens contrabandiadas
Até parece que o mês tem sessenta dias
É noite e dia, não dá pra sair das casas
Batendo brasa, tomo um mate e fumo um pito
E esse tempito pro serviço só me atrasa.
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Tô preocupado, são muitos dias chovendo
Quando me lembro que o setembro se entropilha
Tenho alguns potros que eu prometi de entregar
Pra desfilar na semana farroupilha.
Pobre paisano, mesmo curtido do tempo
Trançando tento disfarça pra passar as horas
Águas que afloram rios de barranca em barranca
E o peão de estância não sabe se canta ou chora
Mas mês de agosto é sempre o mesmo ritual
E até animal se estiver fraco não aguenta
Pois a tormenta trás garoa, neve e geada
E a vaca magra se cair já não levanta.
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"Vejo descer da cunheira,
Uns fiapos de picumã
Que uma teimosa goteira
Molha o bacheiro de lã
O tempo troveja fundo,
Meu mundo é de chuva e frio
Mais uns dias eu não aguento,
Vai me faltar mantimento
Se não der pra passar o rio."
//refrão 2x
"Esses são os rigores do tempo..."
Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.
Operário de estabelecimento rural ou associado de entidade tradicionalista.
Grande estabelecimento rural (latifúndio) com uma área de 4.356 hectares (50 quadras de sesmaria ou uma légua) até 13.068 hectares (150 quadras de sesmaria ou três léguas), dividida em Fazendas e estas em invernadas.