(Dionísio Clarindo da Costa/Gildinho)
Essa chinoca que do rancho toma conta
Se faz de tonta, mas é uma baita ladina
Ao lado dela faz eu me sentir mais vivo
E sem motivo pra correr atrás de china
Veio chegando com paixão e pouco juízo
E um sorriso avermelhado de batom
Foi desse jeito que ela me botou nos eixo'
Mas não me queixo, tô até achando bom
Tô no cabresto, tô maneado, tô quietinho
Com seu carinho faz de mim o que bem quer
Lá no meu rancho faço plano, grito e falo
Canto de galo, mas quem manda é a mulher
Deixei da lida de cambicho e de gaudério
E tô mais sério que milico em prontidão
Tô no capricho, todo dia tomo banho
E o que eu ganho é pra cuidar da obrigação
Não me convenho pro recavém das gurias
As pescarias só do lembrar me enjoa
E quando eu quero saborear algum pescado
Vou no mercado de mão dada com a patroa
Tô no cabresto, tô maneado, tô quietinho...
O meu palheiro eu já larguei por causa dela
Vejo novela de pantufa e de pijama
Mesmo que a gente passe a noite de brinquedo
Levanto cedo e lhe sirvo café na cama
Ninguém me acha solto, arrastando a asa
Se eu não tô em casa é porque ainda tô na lida
Não ando à toa por aí, batendo cola
E jogar bola só com ela na torcida
Tô no cabresto, tô maneado, tô quietinho...
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
grande, crescido; (Se usa em outras partes do Brasil)
Apego ou paixão por uma china, ou por um peão.
Vocábulo de origem espanhola, que significa: Militar.
Cigarro feito de fumo-em-rama, cortado, picado, moído e enrolado em palha-de-milho.