(Gracio Pessoa)
Clareou o dia e já parecia que o sol nascia antes da hora
Ouviu uma buia, larguei a cuia e naquela fúria eu calcei a espora
Vi o teatino ruivo salino, batia o sino e não ia à missa
Igual "mundícia" o povo chegava, eu disse a corvada "cheiram" carniça
O teu destino, ruivo salino, tá no ensino que eu vou te dar
O teu apreço eu que mereço e te boto preço pra te comprar
Uma tronqueira, cerne de aroeira, foi a primeira que veio ao chão
Em cada canto era um espanto, chamava o santo num corridão
Nesse "solavanque" eu bati num palanque, no cai-e-levante foi lóro e o estribo
Senti o perigo mas não perdi o tino e pro ruivo salino fui dando castigo
O teu destino, ruivo salino, tá no ensino que eu vou te dar
O teu apreço eu que mereço e te boto preço pra te comprar
Jamais eu queria fazer judiaria, mas pra teimosia só há um caminho
Sem olhar pro lado saltou um alambrado, "saímo" embolado numa cerca de espinho
Só sobrou os trapo' de couro e bombacha e quase que eu não acho o lombo na volta
E se não se solta o outro estribo rachava comigo virando de costa
O teu destino, ruivo salino, tá no ensino que eu vou te dar
O teu apreço eu que mereço e te boto preço pra te comprar
Cabaça para chimarrear (ou matear); em guarany caiguá.
Pessoa ou animal sem eira e nem beira, mal trapilho, que vive em extrema pobreza; este vocábulo vem dos padres monásticos que faziam voto de pobreza, castidade e obediência
Vila, distrito.
Calça-larga abotoada na canela do gaúcho