(Tio Nanato/Francisco Vargas)
Num rancho, fundo de campo, foi ali meu nascimento
Porta escancarada ao vento, de barrote sem tramela
Bem na frente uma cancela de cerca de varejão
Que formava o parapeito do rancho até o galpão
Me criei golpeando potro e pealando égua gaviona
Cortei charque na carona pra fazer meu carreteiro
E me enrolei num bacheiro pra me desencarangar
E hoje só resta saudade dos velhos tempos de piá
De bombacha arremangada, sem camisa e os pés no chão
Pousava lá no galpão ouvindo o cantar dos galos
Pra recolher os cavalos e esquentar a chaleira
Enquanto a barra do dia clareava serra e fronteira
Já comi bago de touro com cinza sem botar sal
Nunca caí de bagual, queixo roxo e cornilhudo
E o touro, por mais guampudo, não me faz ir pras pitanga'
E às vez' refresco meu lombo tomando um banho de sanga
Aonde eu moro, vivente, fica ali no pé do morro
O pingo, a china e o cachorro são três tesouros sagrados
Se me sinto abichornado, pego a canha e me emborracho
E 'rebento a alça do peito golpeando a minha oito baixo'
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Cavalo novo que ainda não levou lombilho.
Carne salgada e seca ao sol.
Calça-larga abotoada na canela do gaúcho
Tipo de edificação que com o rancho forma um conjunto habitacional no RGS; numa Estância ou numa Fazenda, abriga o alojamento da peonada solteira, os depósitos de rações, almoxarifados, apetrechos, aperos, galpão-do-fogo, etc.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).