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João de Barro

De Estância em Estância (1969)

Gildo de Freitas

Lá no meu rancho eu levanto cedo
E vou pro terreiro tomar chimarrão
Os passarinhos lá no arvoredo
Eu sempre escuto uma linda canção.
Ainda esses dias eu pitava um cigarro
E apreciava uma construção
A obra fina de um joão-de-barro
Que construía no pé de cação.
Fez desta obra assim desta maneira
Trazendo barro no próprio biquinho
Depois de pronto trouxe a companheira
E os dois cantavam na porta ninho.

O joão-de-barro um dia saiu
Buscar comida para o filhinho
E um menino malicioso viu
E foi negaciando o pobre bichinho
O coitadinho ao fazer seu pouso
Naquele galho que tinha comida
Foi recebendo desamoroso
Um pelotaço e tombou sem vida
Tenho por vicio de levantar cedo
E ir pro terreiro pitar um cigarro
Só ouço o som la no arvoredo
Porem não mais ouço o meu joão-de-barro.

Falado:

- Porém só ouço a barreirinha
Muito tristonha olhando na porta
Talvez rezando e pedindo a Deus
Para mandar seu barreiro de volta.

Cantado:

Como é bonito amanhecer na mata
Ouvindo o canto desses bichinhos;
Oh, criançada não sejam ingratos
Não maltrata os pobre passarinhos
Você devem enquanto isso pensarem
Devem tratá-los com mais carinho
Se você fossem como o Gildo diz,
Serão mais feliz que meus amiguinhos.


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