Xixo de Rancho
Chamarrona de Campanha (2011)
Walther Morais
Escutei uma cordeona do alto de uma coxilha
E a lua espelhava o brilho
Na prata das minhas encilha
E o rio grande por ser grande
Andei mais de légua e pico
Por ter coceira nas pata
Sem um farrancho não fico
Peguei o jeito pra campear o que preciso
Jogatina, trago e china
Me largam de bolso liso
Sou fandangueiro
E na vaneira eu deslizo
Pois sempre assino de espora
O chão da bailanta que piso
Bombeei pra costa do mato
E o rancho véio fervia
Um formigueiro de gente
Que la de fora se via
E a morena perfumada
Com cheiro de primavera
Me arrastou pro sarandeio
Com negaceios de fera
Sou taura e venho de longe
Farejo onde tem fuzarca
Se me grudo na pinguancha
Danço tudo quanto é marca
Se o gaiteiro é meio manco
E acaso fique devendo
Num xixo véio de rancho
Na cordeona me defendo