Passando o Mango na Morte
Chamarrona de Campanha (2011)
Walther Morais
A morte é uma potra xucra que não se amansa no mais
Um dia o vivente cai e vai pra dentro do chão,
Pouco importa se é patrão, capataz ou peão campeiro
A morte não tem parceiro, nem faz grau de distinção
Nem por isso tenho medo vou quando chegar a hora
Se me enredar nas espora, são os cavaco da lida
Quando o rodeio da vida, embretar as esperanças
Então só serei lembrança, porque me fui de partida
Não sou de fazer lamuria, ficar chorando mazela...
Aos tombos me livro dela .amadrinhado c'oa sorte,
Arreglando meus arreios, metendo bocal e freio
Faço da vida um floreio, passando o mango na morte
Por isso meu companheiro, vou gambeteando a danada
A trotezito na estrada, sem pensar na minha ida,
Da morte não tem saída, vamos pelear e viver
Educar e aprender, dando mais valor a vida
Vou pilchando meu destino de alegria e de prazer
Pois de que adianta sofrer pelas migalhas que herdamos
Se na morte não levamos os nossos bens materiais
Só vão junto os ideais e o amor que proporcionamos