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Avô Campeiro

Solito (1985)

Cesar Passarinho

Bigode branco retorcido e largo
Amarelado de palheiro e tempo
De ti lembro, meu avô campeiro,
Cerne angiqueiro grudado a raiz;
De rusilhonas, esporas lavradas,
Dois panos largos de bombacha griz.

Quando encilhavas, bem quebrado o cacho,
Se atiçava meu olhar guri;
E chuleando à tua estampa
A própria pampa eu enxergava em ti.

E o teu mouro, que ao bancar das rédeas
Ao teu entono se quedava igual,
Abaralhando aos floreios da coscoja
Me parecia ter o freio musical.

Avô camapeiro dos conselhos buenos,
Do meu petiço e do meu pão de mel...
Para mim tu fostes, meu avô campeiro,
Mescla de rei e de papai noel.


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