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A Morte de um Potro

Alma de Fronteira (2003)

Cesar Oliveira e Rogério Melo

Na pata do potro
O talho do arame
Do sangue no pasto
O golpe no chão...
Se desata a rédea
E a campana do estrovo
Vai somando nos basto
Numa prece do rincão!

A morte de um pingo
Na lida da doma
É tristeza que assoma
No olhar de um campeiro...
Se vinha bandeando
Terceando com a espora
Num berro, que agora,
É silêncio ao potreiro!

Assim cruza o rastro
O índio vaqueano
Buscando o abandono
Do que amadrinhou;
Saber da trompada
Quem o viu contra o mato
E o potro veiáco
Se descogotou!

Retomam chilenas
E as cordas de arrasto
A cincha e os basto
Numa ausência de lombo...
Ficou um pedaço
De pampa estendido
E o pago sentido
No quadro de um tombo!

Talvez a querência
Anoiteça mais triste
Mas o campo se arrima
Na sorte de um outro...
Ficou mirada
Lembrando do estouro
Na falta do couro
Das garrão de potro!


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