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Na Solidão de Algum Posto

Alma de Fronteira (2003)

Cesar Oliveira e Rogério Melo

Solito e manso na solidão de algum posto
Pensando longe mateio "bombeando" a lua
Quando a lembrança se "potreia" e " vira as garra"
Sempre me agarra sentindo saudades tua

Se eu não tivesse que andar rolando o mundo
"guasqueando" a sina de ter nascido "encruado"
"acolherava" minha estampa em tua alma
Serena e calma eu deixava de andar alçado

Foi o destino que fez com que eu me perdesse
Pela distância que se "agranda" e me carrega
Com meu sombreiro debochado das tormentas
Das que arrebenta escabelando macéga

De ponta a ponta vou cruzando esta querência
Golpeando potro e pechando boi nos refugos
Pois não me entrego nem pra o guascaço mais forte
Só mesmo a morte pode me quebrar o sabugo

Pra "querendona" flor de prenda meu amor
Eu ofereço minha estampa de campeiro
E se o tempo não se fizer de carancho
Eu ergo um rancho "n'algum" recanto fronteiro

Pra escora o golpe das galopeadas do inverno
E vento bravo que assovia das bibocas
A quincha grossa de "santa-fé" e "estaladeira"
Será trincheira pra um teatino e uma chinoca

E quando o sol brilhar mais cedo e mais forte
E a primavera alvorotar o meu rincão
Serei mais taura em domas e gineteadas
Das campereadas erguerei poeira do chão

E a flor mais linda que florescer será ela
Frente ao galpão no clarão de um riso largo
Pra me dá um beijo quando eu voltar estropiado
Pedindo agrado de carinho e mate amargo.


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