Na Solidão do Meu Posto
Cavalo das Américas (2011)
Ênio Medeiros
Às vezes, por nada, me pego charlando
Com o cusco que espreita a paz do meu mundo
Só então percebo a solidão reina
Que anda comigo no campo do fundo
Gasto minhas horas recorrendo várzeas
Remendando arreios pelos dias frios
E, às vezes, mateando me bate uma ânsia
Bombeando a silhueta do catre vazio
Quem sabe neste ou no outro domingo
Eu encilhe o pingo num jeitão torena
E lá no povoado, meio de carancho
Busque pro meu rancho esta flor de morena
Ando muy solito, amargando ausência
Escutando a calma que habita o posto
Preciso uma linda pra enfeitar meus mates
'Inda mais que o tempo vem trazendo o agosto
Só quem vive assim, esquecido no campo
Sente a solidão feito espinho de espora
Sabe quanto custa não ter companhia
Pra lavar o mate no passo das horas
Quem sabe neste ou no outro domingo...
(Letra: Sérgio Sodré Pereira | Música: Ênio Medeiros)