Meu Baio Labareda
Em Nome do Pai (2005)
João de Almeida Neto
Oscar Saraiva
Meu pingo baio de trato
Que me veio da fronteira
Me leva por onde queira
Quando dou pra gauderiar
Foi presente de um amigo
Que muito me considera
Me deu aquele que era
O pingo do seu andar.
Labareda foi o nome
Que dei ao meu pingo baio
Aos domingos quando saio
No seu trote escarceador
Espio todo orgulhoso
O meu baio labareda
As quatro patas de seda
Pisando campos em flor.
Certa vez depois de um baile
A coisa se parou feia
Teve início uma peleia
A qual não soube o final
Alcei a perna no pingo
Na voz de vem a polícia
E dias sem dar notícia
Me fui pro Estado Oriental.
Quando voltei para os pagos
Ao despontar na coxilha
Veio pra frente a família
Quem será, quem não será
Só a prenda que me esperava
Disse logo sem engano
Pelo trote é o baio ruano
Pela cantiga é o Nana.