Índio do M'bororé
Mbororiano, Rio Grandense e Brasileiro (2020)
Mano Lima
Sou filho do vento
Afiado no fogo
Na volta apertada
Que eu gosto do jogo
Fui feito na água
Me rolo na terra
E escuto a querência
Quando o gado berra
Sou cruza do branco
Com o índio charrua
Cavalo veiaco
Acomodo na pua
Mas uma bailanta
Me torce o pescoço
E um chamamezito
Também me retouço
(Também sou de carne,
Eu também sou de osso,
Eu também me requebro,
Eu também me retouço.) Bis
Eu ando no mundo
Tenteando a bolada
Falando sozinho
Cruzando invernada
Da lida campeira
Eu defendo o tronco
E o povo da vila
Me chama Índio Louco
Sou mescla de tigre
Com sangue pajé
Plantei meu destino
Lá no M’Bororé
Mas, quando uma gaita
Começa o alvoroço
Também me requebro
Também me retouço.