Vaneira da Quitéria
Meu Rastro - Vol. 1 (2012)
Luiz Marenco
Sou estradeiro, pois nasci de alma gaudéria
E hoje eu vou lá pra Quitéria, pois conheço bem o vau
Quebro o chapéu, tranco o garrão e meto nojo
Depois de beber um apojo no Bolicho do Selau
Quebro o chapéu, tranco o garrão e meto nojo
Depois de beber um apojo no Bolicho do Selau
Herdei dos taitas esse jeito campesino
E por isso, Seu Ervalino, sou assim e não me abalo
Ando solito e não respeito rio cheio
Onde eu me agrado eu me apeio do recau do meu cavalo
Ando solito e não respeito rio cheio
Onde eu me agrado, eu me apeio do recau do meu cavalo
Minhas ânsias potras que não conhecem mangueira
Escaramuçam na vaneira e pastam soltas só por farra
Marcas gavionas com cordeonas de sinuelo
Que ao cruzarem deixam pêlos no alambrado da guitarra
Marcas gavionas com cordeonas de sinuelo
Que ao cruzarem deixam pêlos no alambrado da guitarra
Me criei solto e trago a reverência séria
Pois a alma da Quitéria sopra em mim e me provoca
Trago na goela rumor de vento teatino
E foi assim desde menino no costado do Tio Zoca
Trago na goela rumor de vento teatino
E foi assim desde menino no costado do Tio Zoca
E ao largo sigo carregando a sina andeja
Igual carqueja na orquestração natural
Pois sem costeio muito tenho matreireado
Lombo embarrado de rolar no banhadal
Pois sem costeio muito tenho matreireado
Lombo embarrado de rolar no banhadal
Nos dias tristes minh'alma deixa matéria
E voa livre pra Quitéria se estendendo no repique
Eu sinto em mim a vibração que vem da terra
E escuto um grito de guerra do meu tetravô cacique
Eu sinto em mim a vibração que vem da terra
E escuto um grito de guerra do meu tetravô cacique
Mesmo distante, eu de ti lembro contrito
Meu campechano distrito que neste canto se esvai
Estrela pampa perdida na imensidade
Que alumbra minha saudade e adoça meu sapucay
Estrela pampa perdia na imensidade
Que alumbra minha saudade e adoça meu sapucay
Estrela pampa perdida na imensidade
Que alumbra minha saudade e adoça meu sapucay