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Festança na Capela

De Estâncias Galponeiras (2014)

Daniel Silva

(Letra: Iradi Chaves e Daniel Silva | Música: Daniel Silva)

Domingo de manhã cedo, encilhei o meu gateado
E saí a galopito rumo ao pinheiro marcado
Consultei a minha guaiaca pra ver se tinha uns trocado'
Peguei meu pala serrano e um lenço colorado
Era uma festa de igreja e tinha leilão de gado
Saí de marcha batida pensando neste legado

A festa estava animada, recém eu tinha chegado
Fui pros lados do moquém reservar o meu assado
Na sombra de uma figueira vi uma prenda de encarnado
O gaiteiro era o Campina, tocava um xote largado
A missa ia começar, o padre estava animado
Eu entrei para rezar, pois sempre foi do agrado

Aperta o passo, gateado, que o brique já está feito
Hoje eu caso co'a morena que é moça de respeito
Se vai de marcha batida numa encilha a preceito
Se o pai dela negar fogo "róbo" a prenda do mesmo jeito

Depois teve a domingueira, o salão sempre lotado
Vaneira e chamamé e um bugio velho largado
Depois fizeram leilão, várias cabeças de gado
Um índio estava borracho, chorava inconsolado
E corria atrás das moça' de um jeito desesperado
Ele queria dançar um xote afigurado

Quando a festa se findou, saí pelo outro lado
Fui apertando os arreios e o pingo tava delgado
Levei ele lá na sanga e ele bebeu um bocado
Uma china me esperava lá na costa do lajeado
Pegamos outro caminho na direção do Sagrado
Lá fiquei uma semana e de lá voltei casado

Aperta o passo, gateado, que o brique já está feito...


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