Tempo ao Tempo
De Estâncias Galponeiras (2014)
Daniel Silva
(Letra: Iradi Chaves | Música: Reginaldo Farber)
Abri as cancelas da alma, me inspirei na noite calma, entrei na roda do tempo
A sinfonia campeira abrindo a porteira das cortinas do pensamento
Pra descobrir o passado, mistérios guardados, viajei nas crinas do vento
Nas cordas do violão, no bater do coração se fez o milongamento
O tempo gira pelos caminhos, entre pergaminhos da nossa história
Na essência de cada um, mesmo o homem comum moldurou a memória
Os costumes deste lugar, a herança a herdar no ciclo da trajetória
A tradição que nos ensina onde o ideal predomina as conquistas de cada vitória
O tempo vem de um regalo que às vezes nos leva num pealo
Que pode deixar marcas pra vida inteira
Então, valorizo o meu tempo percebendo os sentimentos
Que no lado esquerdo eu guardo, sou andejo igual minuano
Nas coxilhas, flutuando, é que me sinto um monarca
O tempo não vai e não vem porque está mais além de nossos ancestrais
Por isso se gasta a vida recomeçando pelos ideais
No abrir-se de uma janela isto se revela, se iguala aos iguais
A alma é rastro de sol e a lua são verdades entre os pontos cardeais
O tempo é companheiro a recitar poesias
Pelas entranhas do pago, invernos e primaveras
Se completa a cada esfera, o horizonte é o coração
As estações já perdidas na imensidão