Na Alma do Nativismo
Algo Estranho (2004)
Miro Saldanha
Venho sovado de estrada,
Curtido de poeira e tempo;
Meio a cabresto do vento,
No lombo das madrugadas.
Na garupa do meu ruano,
Só o violão por parceria;
Pr’a duetar melodias
Com o sopro do minuano.
REFRÃO
E, num bordonear campeiro,
Faço honra à tradição;
Num canto de gratidão
À pampa que sou herdeiro;
Pois meu verso vem do campo,
Surrado das invernadas;
Na rima, traz irmanada
A pátria onde me acampo.
Entre mangueiras e tropas,
Campereada e chimarrão,
Do verso fiz a canção
Que a alma guarda e rebrota;
Pois, num canto de fronteira,
Trago nuances de aurora,
Sorvendo lendas de outrora
Que herdei da vida campeira.
REFRÃO (bis)