Ronda de Tropa
Pros Mates (2010)
Alma de Galpão
(Anomar Danúbio Vieira/Elton Saldanha)
Chapéu grande desabado e um poncho carnal vermelho
Um corredor desparelho e um redemoinho de guampa
Zebu cruzado com pampa, vaca de cria e "faiada"
Tropa estendida na estrada e o velho pago na estampa
Vou no fiador, meu patrício, taureando com esta coplita
Que se desata solita rondando sobre o chircal
Parece um baile bagual no tilintar das chilenas
Lembra daquela morena me esperando no portal
Vamo' reunir o pessoal que hoje a noite é de ronda
Cantar pro gado bagual antes que a lua se esconda
Era, era, era, boi
Era, boi, era, boiada
Era, era, era, boi
Era, boi, era, boiada
Este meu verso campeiro
É pra abraçar os tropeiros
Que ainda vivem na estrada
São três semanas de tropa de Santana ao Itaqui
De ponteiro o velho Ari, negro guapo e changueador
Vai culatreando o seu Flor, capataz destes torenas
Que faz dueto das chilenas nos flecos do tirador
E o Benício lava a alma num trago largo de vinho
E um toso de passarinho ficou bonito no ruano
Sobre o basto castelhano leva a ânsia galponeira
De tropear a vida inteira os seus próprios desenganos
Vamo' reunir o pessoal que hoje a noite é de ronda
Cantar pro gado bagual antes que a lua se esconda
Era, era, era, boi...