Bugio Do Paraíso
Aporreado Conhaque (2010)
Ênio Medeiros
"Venho das grimpa' do Angico
Das Grapa e Soita'-Cavalos
Sou o ronco do bugio
Tenho orgulho em roncá-lo
Entrei pro foles da gaita
Nas bodegas por aí
Comendo fruta em tapera
Bebendo água do Rio Jacuí
Então, é por isso que estou aqui"
"Oia, bugio véio'! Simbora, moçada."
Venho das grimpa' do Angico
Das Grapa e Soita'-Cavalos
Sou o ronco do bugio
Tenho orgulho em roncá-lo
Entrei pro foles da gaita
Nas bodegas por aí
Comendo fruta em tapera
Bebo água do Jacuí
Então, é por isso que estou aqui
Então, é por isso que estou aqui
Não imagino meus rios
Sem o mato nas barrancas
Desequilíbrio total
A seca matando as plantas
Nossos avós quem plantavam
Até onde era caminho
O bugio é quem replanta
Ou, senão, os passarinhos
Só cortam e cortam
Não deixam um pouquinho
Só cortam e cortam
Não deixam um pouquinho
Sou um bugio do Rio Grande
Onde o céu é mais azul
E venho no foles da gaita
De Paraíso do Sul
Sou um bugio do Rio Grande
Onde o céu é mais azul
E venho no foles da gaita
De Paraíso do Sul
Aháhá! Aháhá! Meu Rio Grande do Sul
Aháhá! Aháhá! Meu Rio Grande do Sul
Céu azul
Deixem os matos crescer
Para o bugio procriar
Vendo minha filha, teus filhos
Sempre o bugio respeitar
Bugio roncando no mato
És o salmo das alturas
Traz chuva nas plantações
Na mesa, muita fartura
Aqui, quem conhece, entende a figura
Aqui, quem conhece, entende a figura
O ritmo do bugio
É aqui no meu Rio Grande
Ele ronca no Pau-a-Pique
Se escuta no Mato Grande
Anuncia temporal
Irapuá e Piquiri
Os balseiros se preparam
Para a enchente no Jacuí
Então é por isso que estou aqui
Então é por isso que estou aqui
Sou um bugio do Rio Grande
Onde o céu é mais azul
E venho no foles da gaita
De Paraíso do Sul
Aháhá! Aháhá! Meu Rio Grande do Sul
Aháhá! Aháhá! Meu Rio Grande do Sul
Céu azul
"Oia! Bugio velho. Esse é bugio de dançar rengueando, moçada."