INFORMAÇÕES DA MÚSICA

Milonga do Campo Largo

Luiz Marenco

CD Quando o Verso Vem Pras Casa (1999)

Lua crescente de outubro, um mate depois do outro
Silêncio por quase nada quando a saudade me vem
Recosto cuia e cambona e a alma lembra da dona
Que o coração sabe bem

Faz tempo que aquerencio minha alma sobre estes bastos
E cada flor colorada me lembra um pouco da linda
Que me espera com sorrisos pois sabe de que preciso
Num mate com boas vindas

Sou desses que o campo largo escolheu por ser assim
Ter querência num cavalo e pátria feito um regalo
Nestes fundões de onde vim onde a distância e a lida
Não separam ela de mim

Minhas mãos campeiam notas nas rédeas do meu gateado
Buscando o último achego antes do adeus na cancela
E imagino um domingo desencilhando o meu pingo
No portal do rancho dela

Lua crescente de outubro aos olhos de quem cuidar-
Cada um sabe seu jeito de gostar de que se tem-
Viro o mate, aquento a água e a lembrança esconde a mágoa
Que o coração sabe bem.

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MATE

Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.

CUIA

Cabaça para chimarrear (ou matear); em guarany caiguá.

CAMBONA

Pava

QUERÊNCIA

Lugar onde se gosta de viver; se quer viver; lugar do bem-querer.

ACHEGO

Amparo, encosto, auxílio, proteção

RANCHO

Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.