Duas tiras de borracha, resina de seringueira
Bem atados na forquilha do galho da pitangueira
A bolsa, cano de bota, donde sai a tiradeira
Velho bodoque crioulo da minha infância campeira
As marcas da tua forquilha são legendas de um passado
Em que vivi embodocado caçando tatu na toca
Derrubando sabiá choca, sangue-de-boi, canarinho
O que cruzasse meu caminho de são luiz a boçoroca
E te recordo saudoso ao relembrar-te bodoque
E quando ponho em retoque certas lembranças que tomo
Pedra enconchada no trono tenteando que algum pombaço
Descesse de um bodocaço das grimpas do cinamomo
Por isso, meu velho amigo, foste guardião de minha infância
Me lembro com arrogância teu garbo no meu pescoço
Num deboche de índio moço no dia em que estava azedo
Largava àquele piazedo saraivadas de caroço
E quem diria bodoque, meu companheiro de antanho
Que agora deste tamanho conservo a devoção
De trazer-te bem à mão pendurado a preceito
Qual pica-pau sobre o peito no tronco do coração
Estilingue.
Filho de origem estrangeira, nascido aqui. Pode ser filho de branco, de amarelo ou de preto, não importa a raça ou a cor.
Arqueado, oitavado e pronto para dar o bote e atacar.
Troça, zombaria.
Pássaro de peito amarelo que faz ninho em nichos em pau furado com seu bico; também, é a alcunha dada aos imperialistas moderados, que usavam o lenço amarelo parecendo-se com tal pássaro, devido ao peito amarelado pelo lenço.