Eu passo toda a semana,
De lombo curtido da lida campeira
Desde a segunda-feira
Me viro na estância, pois nasci peão
Porém no fim de semana
Me sumo da vista e ninguém me acha
Me vou pro furdunço de bota e bombacha
E me perco na farra socando pilão
Ai, socando pilão!, ai, socando pilão
Já me viram em festa de gringo
Comendo e bebendo e socando pilão!
Eu vivo guardando uns troco
Pois homem pelado não tem serventia
Uma pataca por dia
Garante um bom trago e muita diversão
Trabalho de sol a sol
Só volto pra casa no final do dia
No fim de semana sou dono das tias
Me rasgo farreando socando pilão
Ai, socando pilão!, ai, socando pilão
Já me viram nos braços de china
De beijo e abraço e socando pilão
Eu levo a vida na flauta
Promessa e favor eu não devo a ninguém
Só faço o que me convém
Mas nunca me esqueço das obrigação
Porém no fim de semana
Não domo cavalo, nem faço alambrado
Campeio um fandango bem do meu agrado
Amanheço bailando e socando pilão
Ai, socando pilão!, ai, socando pilão
Já me viram em baile de rancho
Cantando e dançando e socando pilão
Operário de estabelecimento rural ou associado de entidade tradicionalista.
Calçado com cano (curto, médio ou longo), feito de couro.
Calça-larga abotoada na canela do gaúcho
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).
Denominação genérica do Baile Gaúcho.
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.