Nasci no meio do campo no meu torrão missioneiro
Tenho orgulho em ser campeiro por isso que não me calo
Sobre os arreios me embalo e atiro cruzando o rastro
Cortando nacos de pasto com as patas do meu cavalo
Me vim no mundo por taura parido meio ao relento
Os olhos do firmamento deram rédea ao meu destino
Cresci mundeiro e teatino domando pelas estâncias
A lida foi minha infância, minha escola e meu ensino
Sou gaúcho, sou campeiro, não sou de frouxar o garrão
Sou domador e ginete no meu ofício de peão
Trago a cultura do pampa na estampa por reverência
E um linguajar de querência, mescla de campo e cidade
Só quem conhece a verdade e a história do meu passado
Pra respeitar meu legado e a minha xucra identidade
Das coisas simples da vida faço do pouco o bastante
A sorte toco por diante num andejar soberano
Meus primores cotidianos, a china por excelência
Que enfeita minha vivência nas quatro estações do ano
Vivente que monta bem e é hábil no serviço de campo.
Conjunto da encilha.
Vivente que se pode recomendar.
Apero de couro (torcido, trançado ou chato) preso às gambas do freio, que servem para governar os eguariços.
Pessoa ou animal sem eira e nem beira, mal trapilho, que vive em extrema pobreza; este vocábulo vem dos padres monásticos que faziam voto de pobreza, castidade e obediência
Adestrador.
Operário de estabelecimento rural ou associado de entidade tradicionalista.
Descampados cobertos de vegetação rasteira onde a vista se estende ao longe; compreende desde a Província da Pampa Austral, ao sul de Buenos Aires (Argentina) até os limites do RGS com o Estado de Stª Catarina (Brasil).
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).