Lá vem o Caco Fronteira
Cruzando o Rio Uruguai
Gaudério contrabandista
herança do velho pai
Vem com sua mala da garupa
Por baixo do bichará
Contrabandeando farinha
Das castelhanos pra cá
La pelas tantas a costeira
Cercava o Caco de jeito
E o comandante gritava
Pra sua guarda de respeito:
"Vamos lá seus milicianos
Puxem o sabre da bainha
E furem o saco do Caco
Vamos ver se sai farinha"
Era aquele pega-pega
Toda guarda atrás do caco
E o Caco pra não ser preso
Corria arrastando o saco
Pega a Caco, fura o saco
Que hoje o Caco se enleia
Fura o saco, pega o Caco
Se tem farinha no saco
Finca o caco na cadeia
E quando soltaram a Caco
Lá no presídio do povo
Com outros sacos nas costas
Lá vinha o Caco de novo
Cruzava o Uruguai a nado
Do jeito que o diabo gosta
Se esquivando da milícia
Com aquele saco nas costas
Quanta gente tinha pena
Da vida bruta do Caco
Que já nadava carcundo
De tanto peso no saco
Assim o caco vivia
Contrabandeando farinha
Não tinha quem não quisesse
O saco que o Caco tinha
Era aquele pega-pega
Toda guarda atrás do caco
E o Caco pra não ser preso
Corria arrastando o saco
Pega a Caco, fura o saco
Que hoje o Caco se enleia
Fura o saco, pega o Caco
Se tem farinha no saco
Finca o caco na cadeia
Anca.
Poncho artesanal feito com lã tramada.
Vila, distrito.