Patrício amigo permitas, que em rima digas quem sou
Pois nesses versos eu vou desfazer as aparências
Granjeei no mundo experiência já que eu cresci sem estudo
He hje eu sou um pouco de tudo que existe em nossa querência
Sou laço em mãos de campeiro que em lida de campo é mestre
Eu sou a flor do campestre nas manhãs de primavera
Sou velho umbu de tapera, sou raça de um povo guapo
Herdei o sangue farrapo de gerações de outras eras.
Eu sou a chama crioula que o tempo jamais apaga
Sou entrevero de adaga nos bolichos de campanha
Sou o velho frasco de canha, água benta que o gaúcho
Bebe pra aguentar o repuxo troteando em querência estranha
Sou rancho de pau a pique, sou ramada pra fandango
Sou boleadeiras eu sou mango, sou bota, espora e guaiaca
Sou lança revólver e faca, sou calmo me reconheço
Também depois que embrabeço nem tempestade me ataca.
Sou floreio de cordeona, sou chimarrão de erva boa
Sou o próprio pago em pessoa, ser justo o mundo me ensina
Lombo duro é minha sina, não dou não quero conselho
Só vou curvar o joelho perante a força divina.
Apero (acessório) trançado de couro cru, composto de argola, ilhapa, corpo e presilha.
Vivente que monta bem e é hábil no serviço de campo.
Vila, distrito.
Mistura e confusão de pessoas, animais ou coisas.
Lugar onde se gosta de viver; se quer viver; lugar do bem-querer.
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Cobertura tosca de um girau com ramas, para sombreamento ou “baile de ramada”.
Estafeta que leva algo a outrem.
Lugar em que se nasce, de origem