LP Figueira Amiga Gildo de Freitas

Tempo da Escravidão

No Tempo da escravidão venho ao mundo um negrinho
Por um casal casal de pretinhos por intermédio de um amor
Nasceu esse sofredor nesse mundo de maldade
Com oito anos de idade entregaram a um senhor
Passou a ser mandalete na estância do senhor branco
E de seus pais que eram escravos não recebera carinho
Só ganhava o coitadinho judiaria do senhor

As palavras mais bonitas que recebia o coitado
Era infeliz desgraçado, pau de fumo, mal feitor
E um couro de maneador lhe batia sobre o peito
Na cara de qualquer jeito para que sentisse a dor
E o negrinho sofrendo não chorava e nem pedia
E nem tão pouco sabia por qual seria a razão
Dessa grande judiação que o seu senhor lhe fazia

Benedito se chamava o mandalete da estância
Pra os brancos pouca importância por ser de cor diferente
E andava este inocente sempre de corpo marcado
De tanto o senhor malvado bater naquele vivente
Até que um dia o negrinho foi chamado pela morte
E o senhor surrava forte que já estava sofrendo
E o sangue foi correndo e o negrinho ensangüentado
Com os olhos arregalados e o patrão sempre batendo

O negro olhava para o céu com olhar escancarado
E o senhor desesperado foi dando uns estranhos gritos
Fecha os olhos Benedito, e os olhos não fechava
Duas estrelas brilhavam no alto do infinito
Este estranho momento que as estrelas brilharam
Os dois olhos se fecharam do negrinho sofredor
E nessa hora o senhor, do negro de pouca estima
Fitando os olhos para cima compreendeu ser pecador

- Naquela hora o senhor
foi agarrando o negrinho
com os olhos fechadinhos
ele trazia sobre o peito
e dizia deste jeito,
remorsiado e aflito:

- Abre os olhos Benedito!
- Abre os olhos Benedito!

E foi assim que o senhor perdeu a luz da razão
Vivia pelo galpão só chorando e dando grito
E a noite olhava as estrelas lá no céu sempre a brilhar
E achava que era o olhar do negrinho Benedito.

Terminou tudo em tristeza
E morreu num triste fim
Clamando e dizendo assim
- Fecha os olhos Benedito!
- Fecha os olhos Benedito!
- Fecha os olhos Benedito!
- Fecha os olhos Benedito!
- Fecha os olhos Benedito.

Álbuns

1964
Gildo de Freitas

LP - Gildo de Freitas - O Trovador dos Pampas

1965
Gildo de Freitas

LP - O Trovador dos Pampas Vida de Camponês

1966
Gildo de Freitas

LP - O Desafio do Padre e o Trovador

1978
Gildo de Freitas

LP - Gildo de Freitas e Sua Caravana

1969
Gildo de Freitas

LP - De Estância em Estância

1976
Gildo de Freitas

LP - Zezinho & Julieta

1972
Gildo de Freitas

LP - Gildo de Freitas - Rei do Improviso

1977
Gildo de Freitas

LP - Desafio de Um Paulista

1975
Gildo de Freitas

LP - Gildo de Freitas e Seus Convidados

1975
Gildo de Freitas

LP - O Ídolo

1976
Gildo de Freitas

LP - Gildo de Freitas e Os Taytas Gauchada de Sul a Norte

1979
Gildo de Freitas

LP - Gildo de Freitas

1980
Gildo de Freitas

LP - Gildo de Freitas - Mais Sucessos

1982
Gildo de Freitas

LP - Gildo de Freitas - O Rei dos Trovadores

1989
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LP - Sucessos Imortais de Gildo de Freitas

1987
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LP - 20 Anos de Glória

1990
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LP - Lembranças de Gildo de Freitas

1984
Gildo de Freitas

LP - Lembrando Gildo de Freitas

1993
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LP - Gildo de Freitas VIVO

Gildo de Freitas

CD - Os Grandes Sucessos de Gildo de Freitas

2001
Gildo de Freitas

CD - Rodeio