Delicado eu sempre fui pra quem tinha boa fé
Tenho ganhado questões, só deus sabe como é
A verdade é minha capa
Também nunca dei um tapa que o índio ficasse em pé.
(foi cousas que se passaram pela minha mocidade
Quem tem meu temperamento vive por casualidade
Já nasci pra ser assim e trouxe dentro de mim o gesto da autoridade)
E pra ser autoridade, é preciso ter respeito
E também não se assustar do roupante do sujeito
Eu não carrego bagagem
E o homem que tem coragem a morrer é mais atreito.
( no tempo do lá vai facão, quanto brancos não dançavam
Nesses salões de moreno, de vereda já brigava na entrada
Para não perder o treino, eu gostava desses bailes
Porque a entrada era barata, meu sangue é de português
Sempre gostei de mulata e elas me admiravam sorriam me
Arrodiavam por eu ser solto das patas)
E eu terminava dançando e a china achando graça
Eu acho que preto e branco são feitos da mesma massa
Hoje é mansa a mocidade
Existe facilidade pra fazer cruza de raça
Hoje o preto e o moço branco tem o viver mais perfeito
Estudam na mesma aula, não existe o preconceito
Hoje sem haver vexame
Passam pelo mesmo exame se formam do mesmo jeito.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).