Lá na fazenda
eu criei um pingo branco
era potranco
quando recebeu a dona
pros carreirista
isso eu disse muitas vezes
vem meus fregueses
que o dinheiro não tem conta
dos meus contrários
vi sorisso ouvi resmungo
traga prá cancha o matungo
joga quanto e diga a soma
meu pingo branco
ensinava as escondidas
muitas corridas
joguei até a camisa
no partidor
eu levava de barbada
todas vezes na chegada
só dava eu na baliza
meu pingo branco
corria por toda a parte
a minha arte
era cancha de carreira
um certo dia
cheguei num carreiramento
fiquei atento
numa moça fazendeira
uma potranca
tostada me fêz proposta
larguei virando de costa
ganhei só por brincadeira
a linda moça
fazendeira embrabeceu
depois me deu
um sorisso por encomenda
mas eu por ser
um gaúcho muito franco
na garupa o pingo branco
trouxe ela prá fazenda
meu pingo branco
já não é mais parreleiro
no meu potreiro
esta descansando agora
foi mais de trinta
carreiras que eu ganhei
nunca tirei
dinheiro do bolso pra fora
ganhei fortuna
tudo o que um homem quer
ganhei até a mulher
que me ama e me adora
ele é so pego
em algum fim de semana
a linda ana
minha amada encilha do pingo
//: quando ela monta
o pingo branco é um asseio
leva ela de passeio
prá ver os pais no domingo