Meu canto é mais de que um canto
É um clarim farroupilha
Que tenho no coração,
De vez em quando se solta
Do corredor da garganta
Em noites de solidão.
Corto aramados de rumo
Na direção que mais quero
Eu sou mais livre que o vento
E que o cantar do quero-quero
Dos pelego faço a cama
Pois sou igual a sariama
Onde anoitece me podero.
Ei de vagar a vida inteira
Enquanto houver no meu peito
Vontade e voz pra cantar
E um sorriso encabulado
De algum beiço pintado
Que surgiu quando eu cruzava.
Sou gaudério sim senhor
Vivo nos corredores
Tomando café em cambona
Namorando as madrugadas
Desafogando minhas mágoas
No focote da cordeona.
Meu canto é mais de que um canto
É um clarim farroupilha
Que tenho no coração,
De vez em quando se solta
Do corredor da garganta
Em noites de solidão.
Seguidor Farrapo.
Vivente aventureiro que chegou na Pampa, vindo do Brasil-central; não tinha profissão definida, nem morada certa e não se amarrava ao coração de uma só mulher