Eu quando vim lá da minha terra
Eu deixei por lá muita recordação
O meu cavalo, por nome esperança
Que era toda minha estimação
Deixei também um apero completo
Que dava inveja no próprio patrão
Um par de rédeas de couro de pardo
Mala de ponche e dois pelegão
Deixei até uma lavoura plantada
Já tinha dado a primeira capina
Eu deixei tudo, e não quis mais nada
Porque criei raiva de uma china
Eu deixei tudo, mas porém não ligo
Sei que não volto mais pro meu rincão
Tando distante não tem perigo
Que a china abrande o meu coração
Eu trouxe um laço de couro de pardo
Foi que restou da minha profissão
Num entrevero de china bonita
Eu quero dar uma demonstração
Eu qualquer dia eu tomo umas canha
Garro meu laço e caio na farra
Marco a china que tenha picanha
E dou-lhe um pealo velho de cucharra
Eu sou gaúcho, que acompanhei
Todas as voltas que o mundo requer
Meus interesses eu abandonei
E deixei meus pago por causa e mulher
Eu quero dar mai um tiros de laço
Pra ver as volta que meu laço faz
Depois então, eu descanso meu braço
E me assossego, e não pealo mais
Estafeta que leva algo a outrem.
A maior autoridade de uma Estância, Fazenda ou CTG.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).
Lugar isolado em fundo de campo.
Apero (acessório) trançado de couro cru, composto de argola, ilhapa, corpo e presilha.
Mistura e confusão de pessoas, animais ou coisas.
Ato de arremessar o laço (ou sovéu) e por meio dele prender as patas do animal que está correndo e derrubá-lo. Existem muitos tipos de PEALO, entre os quais:
Colher tosca, de madeira ou de chifre. Pealo atirado sem rebolar o laço (ou sovéu).
Lugar em que se nasce, de origem