Cabelos brancos, pintados de geadas,
As mãos calejadas do bom cevador,
Uma cevadura de erva, da buena,
Pra tragar as penas do trabalhador.
Taura guarani, de sangue tapuia,
Manejando a cuia com bomba de prata,
Figura central da cultura gaúcha
Que barbosa lessa bradou em la plata.
Figura trigueira, de sol da província,
Com mãos de perícia pra cevar o mate,
Rito hospitaleiro, que venceu fronteiras,
Na mala campeira do velho mascate.
Uma seiva verde na era de aquários,
Um hábito lendário, vindo das missões.
A princesa moura no alto do jarau,
O pampa em que blau plantou tradições.
Quem prepara mates de cordialidade,
A fraternidade nasce e frutifica...
A boa convivência está em cada gesto
Do homem modesto, com alma tão rica.
Se tanto já louvamos ginetes, tropeiros,
Patrão e posteiros, o poeta e o cantor,
Trazemos um abraço fiel e macanudo,
A quem une tudo: o peão cevador!
Porção necessária de erva-mate para cevar (preparar) um chimarrão.
Cabaça para chimarrear (ou matear); em guarany caiguá.
Descampados cobertos de vegetação rasteira onde a vista se estende ao longe; compreende desde a Província da Pampa Austral, ao sul de Buenos Aires (Argentina) até os limites do RGS com o Estado de Stª Catarina (Brasil).
Operário de estabelecimento rural ou associado de entidade tradicionalista.