Estância velha, sou eu
Que sinto... Que penso e canto
...ofereço este acalanto
Ao que foste e que resiste
Ao progresso duro e triste
Que ameaça teu valor...
...dor, angustia e dissabor
Que a despatriar-nos insiste
Estância velha, sou eu
Que sinto... Penso e sonho...
...como um angüera tristonho
Pelos ermos campos vastos
...com saudade dos meus bastos...
Sangas, grotões e peraus...
Tropas cruzando o vau
Do rio deste tempos gastos.
Estância velha, sou eu
Que sinto... Que penso e sei:
És o legado que herdei
Dos sonhos dos meus antigos...
... Testamento proferido
-timbrado a pó de mangueira
Inventario de fronteira
Dos meus terrunhos sentidos...
Estância velha, sou eu
Que sinto... Que penso e faço...
Sou o derradeiro laçaço
De resistência em defesa
Da cultura e da nobreza
De não suportar teu fim...
...que não quer que seja assim
A roubarem-te a beleza
Estância velha, sou eu
Que sinto...que penso e falo...
... Sou centauro de a cavalo a render-te este lamento
E nombrar-te aos quatro-ventos
Como gaúcho sem dono
-testemunha do abandono
Dos teus últimos intentos...
Grande estabelecimento rural (latifúndio) com uma área de 4.356 hectares (50 quadras de sesmaria ou uma légua) até 13.068 hectares (150 quadras de sesmaria ou três léguas), dividida em Fazendas e estas em invernadas.
Gaúcho antigo que peleava montado em eguariço.
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.