No pátio grande que canta um galo
Acordando o dia na laranjeira
Ascende o fogo e aquece a água
Vidita e tábua arrabaleira
Depois do mate café passado
Que o pão sovado dormiu na mesa
Se cada santo tem um milagre
O pobre sabe o seu com certeza
E no lobuno que tem prendido
Troteia um tanto da sua pobreza
Arrabalde de fronteira donde a vida
Se faz sentida um porvir melhor
Do peão por dia, da lavadeira,
De quem trabalha e vai pra frente com seu suor.
O meio-dia chega atorado
E no rancho ao lado é igual a sina
Saca do bolso um real changueiro
Busca um puxeiro no armazém da esquina
A tarde chega iluminada
E a gurizada vai se juntando
Pois lá no campo das taquareiras
O tempo é um jugo que vai passando
Quando termina já é de noite
Tu compromisso que está chamando
Arrabalde de fronteira donde a vida
Se faz sentida um porvir melhor
Do peão por dia, da lavadeira,
De quem trabalha e vai pra frente com seu suor.
Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.
Operário de estabelecimento rural ou associado de entidade tradicionalista.
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.